JESUS E ECONOMIA

JESUS E ECONOMIA
Helci Rodrigues Pereira


Tratávamos,  em uma de nossas reflexões, sobre problemas relacionados com o que chamamos de hipertrofia do economismo e sua prevalência sobre os demais valores humanos que, na verdade, deveriam ser considerados como prioritários.

Chegamos, então, a acenar para o que podemos referir como lições de economia nas palavras e atos de Jesus, na relação com seus discípulos e o povo em geral. É disso que nos vamos ocupar aqui. Para tal vamos relembrar o evento da primeira multiplicação dos pães, ocorrido em Betsaida, numa área desértica à parte da cidade. O fato a ser relatado acha-se registrado nos Evangelhos de Mateus, Lucas e João, nos capítulos 14, 9 e 6, respectivamente.

Chamara Jesus os discípulos para descansarem um pouco, num lugar desértico, solitário. Em lá chegando, já u’a multidão se achava apinhada, à sua espera. Jesus falou-lhes durante o resto do dia.

Sendo já tarde, os discípulos falaram para Jesus: “É deserto o lugar e avançada a hora; despede-os para que, passando ao redor pelas aldeias, comprem para si o que comer”.

Jesus, porém lhes respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”. Havia no local cerca de 5.000 pessoas.

Preocupados, retrucaram os discípulos: “Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?” Ao que Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?”. “Cinco pães e dois peixinhos”, veio a resposta.

E, então, Jesus agiu. Mandou que o povo se dividisse em grupos sobre a relva, de cem em cem e de cinqüenta em cinqüenta. Tomou os cinco pães e os deis peixes, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos para que os distribuíssem. Todos comeram e se fartaram. Mais um detalhe: sobraram doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe, que foram recolhidos para uso posterior.

O fato acima narrado propicia um comentário de natureza econômica, levando-se em consideração especial os seguintes pontos:

1. A sugestão dos discípulos de que Cristo despedisse a multidão para que as pessoas voltassem para suas casas e providenciassem elas a solução do problema de sua fome.

2. A expressão do Senhor Jesus, em resposta aos discípulos: “Dai-lhes vós de comer!

3. A dificuldade apresentada pelos discípulos para a solução do problema da forme: “Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?

4. A pergunta de Jesus aos discípulos: “Quantos pães tendes?”

5. A atitude de Jesus em organizar a multidão em grupos de cem e de cinqüenta pessoas e a referência ao fato que todos vieram a se fartar, tiveram satisfeita a sua necessidade de alimentação.

6. O registro pelo escritor do Evangelho de que sobraram doze cestos cheios de comida, tendo sido os mesmos recolhidos e guardados para uso posterior.                     

7. A informação de que o número dos que se fartaram com os cinco pães e os dois peixes eram cerca de 5.000 homens.

Estes são os pontos que iremos tomar como base de argumentação, em nosso próximo trabalho, para ressaltarmos vários princípios econômicos ou teorias presentes no evento da primeira multiplicação dos pães.   


Helci Rodrigues Pereira é Pastor, Advogado, Professor,Escritor e também autor dos livros "Pastorais" , "O Ser Humano - Reflexões" e "Expressões do Recôndito".

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