A IMPRESCINDIBILIDADE DA FÉ
A IMPRESCINDIBILIDADE DA FÉ
Helci Rodrigues Pereira
Temos escrito, ultimamente, sobre a necessidade da fé, da confiança como ingrediente imprescindível para um viver normal, isto porque, na aventura da vida, o homem tem de exercer coragem, paciência, que nascem da confiança e porque sem fé o homem não pode se apropriar das ricas experiências da existência.
Hoje, queremos demonstrar que a vida humana, interpretada e motivada pela fé em Deus, é gloriosa, mas despojada das interpretações da fé, a vida perde sua mais alta significação e suas mais nobres esperanças.
Quando a fé em Deus desaparece ou inexiste, o ser que pensa perde sua maior idéia, seu mais importante pensamento.
Em meio ao estrondo das estrelas, às vicissitudes da história humana, às dores do coração e da alma humana, reunir toda a existência dentro de uma unidade espiritual e crer em Deus é a mais sublime aventura do espírito.
Quando a fé em Deus desaparece, o homem trabalhador perde sua maior motivação. De outro lado, mediante a fé, o ser pensante domina a natureza, de tal forma que as forças que antes o assombravam agora lhe obedecem.
Na sociedade, ele trabalha incansavelmente, de tal forma que prepare para as gerações futuras um mundo melhor. Vêm as guerras e destroem as realizações que ele conseguiu. Quando a guerra acaba, o homem reconstrói cidades, recomeça seu comércio, sonha de novo com a fraternidade e a consegue vencer com enorme esforço.
Muitos motivos profundos ou frívolos, elevados ou grosseiros, têm sustentado o ser humano neste incansável esforço, mas quando alguém procura a fonte da mais profunda esperança na luta da humanidade, a encontra na fé, na confiança num poder superior/transcendente – DEUS.
Crer que não estamos caminhando sozinhos, desesperadamente jogados contra a apatia morta das forças cósmicas que, ao final, nos hão de esmagar, levando toda a nossa luta ao nada; crer que somos cooperadores com Deus e que nossos propósitos humanos estão compreendidos no grande propósito divino; crer que temos, atrás de nós, dentro de nós, à nossa frente e a nosso favor um Deus pessoal/Pai, tais crenças têm sido a confiança diretora e motivadora do espírito e do engenho humano.
Quando a fé em Deus desaparece, o homem, como ser frágil, perde seu mais forte auxílio.
O homem vive em licenciosidade, em vício. Vence pela crueldade. Viola o amor. Trai a confiança. Com seus desacertos, veste o mundo de lágrimas e sofrimento. Mas, ao mesmo tempo, existe dentro de si um protesto que não consegue sufocar.
O ser pensante é a única criatura conhecida cuja natureza está dividida contra si mesmo. Ele odeia errar, no entanto erra, se arrepende, tenta de novo, cai, levanta-se e grita por socorro. Em tal condição, se é totalmente desprovido de fé/confiança em Deus, ele se angustia de tal forma que pode ser levado às raias do desespero.
Quando o ser humano pode crer num Deus pessoal que tem alegria com a vitória da justiça no homem e no mundo; pode crer que Deus cuida e perdoa; que ele entra na luta do homem, com seu poder transformador e coroa o esforço humano com um caráter triunfante, então, tal fé, por si só, tem sido bastante grande para satisfazer suas necessidades.
Ao contrário, se o homem perder essa fé ou confiança, na qual poderia descansar, priva-se, então, do seu mais forte auxílio.
Quando a fé em Deus desaparece ou inexiste no coração humano, o homem que sofre perde seu mais seguro refúgio.
Com certeza, a fé em Deus é um refúgio para o que sofre. Quantos, neste mundo, já experienciaram tal fato!
O salmista dos hebreus – Davi – cantava e decantava: “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Guia-me por veredas de justiça. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum. Tu estás comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam”.
Verdade! Aquele que sofre pode encontrar em Deus refúgio seguro e certo, socorro bem presente na tribulação, ânimo e conforto em qualquer situação.
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Helci Rodrigues Pereira é Pastor, Advogado, Professor,Escritor e também autor dos livros "Pastorais", "O Ser Humano - Reflexões" e "Expressões do Recôndito".
