OS BEM-AVENTURADOS
31-05-2010 19:17OS BEM-AVENTURADOS
Helci Rodrigues Pereira
“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento”
Salomão
Em seu sermão magistral, o do Monte, o Mestre por excelência, Jesus Cristo, apresenta-nos a lista dos bem-aventurados, com registro no Evangelho de São Mateus. Vejamos, em síntese apertada, quais os motivos de felicidade desses bem-aventurados.
“FELIZES OS POBRES DE ESPÍRITO”. Quem são eles? Os ignorantes, débeis ou dementes? Não! Seria absurdo. Cristo era bastante racional. “Pobres de espírito”, no pensamento do grande Mestre, devem ser aqueles que, reconhecendo suas misérias e sua pobreza espiritual, humildemente se penitenciam diante de Deus, suplicando sua misericórdia. Os pobres de espírito são felizes porque, reconhecendo suas fraquezas, recebem a graça divina. Dos pobres de espírito é o Reino dos Céus, por isso são felizes.
“FELIZES OS QUE CHORAM”, os que reconhecem e lamentam seus erros e desvios; os que pranteiam, arrependidos, os seus deslizes; os que se apercebem de suas faltas e, então, choram, e por isso são consolados.
“FELIZES OS MANSOS”, os que não se alteram facilmente diante das provações e das provocações; não se vingam das injustiças por reconhecerem que a vingança pertence a Deus; não se descontrolam diante das pressões; não apelam para a violência, tanto quanto possível. São felizes porque sabem ajustar-se, acomodar-se à vida de cada momento e tornam feliz o ambiente em que vivem.
“FELIZES OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA”, os que não se contentam em apenas cumprir o seu dever. Reconhecem suas injustiças e sentem profundo desejo de melhorar. A necessidade de nutrição, o desejo de comer nos impele à busca de satisfação sem considerar as dificuldades de sua obtenção. Igualmente, o homem precisa buscar com avidez o alimento espiritual, a justiça de Deus, no que encontrará motivo de felicidade.
“FELIZES OS MISERICORDIOSOS”, os que usam de compaixão para com o culpado na reparação de suas falhas, ajudando-o na sua recuperação; os que tratam com simpatia os necessitados, tudo fazendo para suprir-lhes as deficiências, esforçando-se, até, na busca de solução dos problemas da mendicância, da assistência médica, hospitalar, escolar e familiar. São felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.
“FELIZES OS LIMPOS DE CORAÇÃO”, os que não se deixam levar pelos impulsos de sua vontade carnal, sabendo usar o coração, dominando-o e impedindo que dele fluam atitudes contrárias à vontade divina. Felizes os que assim procedem porque partilharão da atmosfera divina, sem remorsos, sem terem de que se envergonhar.
“FELIZES OS PACIFICADORES”, os que procuram por em prática o belo conselho apostólico: “Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12.18); os que procuram evitar desatinos, não incentivando o ódio, não alimentando as intrigas; os que pagam o mal com o bem e promovem a paz. Serão dignificados com o apodo: “Filhos de Deus”.
“FELIZES OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA, SENDO INJURIADOS E IMPORTUNADOS POR CAUSA DO NOME DE JESUS”. Porque Reino de Deus, que não é deste mundo, é oferecido aos que dele se fazem dignos, àqueles que, ainda que venham a perder posição, amigos, dinheiro; ainda que venham a sofrer perseguição, a ser açoitados e até mortos, mantêm-se leais, corretos e íntegros.
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Helci Rodrigues Pereira é Pastor, Advogado, Professor,Escritor e também autor dos livros "Pastorais", "O Ser Humano - Reflexões" e "Expressões do Recôndito".
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