SÃO PAULO E A DEGRADAÇÃO HUMANA
SÃO PAULO E A DEGRADAÇÃO HUMANA
Helci Rodrigues Pereira
Em nossa reflexão sobre o problema do homossexualismo à luz do Novo Testamento, concluímos nossas ponderações com a transcrição de um texto da Epístola que São Paulo endereçada aos cristãos da capital do mundo de seu tempo - Roma.
No texto em referência (Romanos 1.18 a 32), o grande apóstolo da Igreja faz uma séria exposição a respeito do desagrado de Deus e de sua ira contra todas as formas de impiedade humana e a certeza de seu julgamento.
Uma leitura atenta do trecho acima referido (procure sua Bíblia e o localize) nos fará cientes de que, em suma, o apóstolo estava preocupado com a idolatria e a depravação humana e com as conseqüências do desprezo aos princípios estabelecidos por Deus para que, por sua observância, pudesse o ser humano encontrar o verdadeiro caminho da felicidade.
Façamos uma reflexão em cima de algumas expressões básicas.
O apóstolo afirma que os homens “inculcando-se por sábios tornaram-se loucos”.
Evidentemente, não estava Paulo fazendo alusão à insanidade mental, conforme geralmente expressa o vocábulo “louco”. Ele estava dizendo, noutras palavras, que os homens, à vista de sua atitude de não glorificarem a Deus como Deus, de não serem gratos a Deus por suas bênçãos, de deixarem de lado as orientações e ensinos de Deus para suas vidas, preferindo perderem-se em seus próprios raciocínios, de se inculcarem por sábios, manifestando-se, porém, como insensatos, demonstravam baixa capacidade intelectual, baixa percepção do ponto de vista espiritual, quando se esqueciam propositadamente do Todo Poderoso, criando suas próprias idéias e abandonando a inquirição para as realidades espirituais, chegando, muitos, ao extremo de negarem totalmente a existência de Deus, de valorizarem mais a criatura do que o Criador e de entregarem-se a todo tipo de idolatria.
“Por isso, Deus entregou tais homens à imundície, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si”.
O apóstolo entendia que o resultado da atitude que ignora a Deus e da idolatria que isso cria, é a derrocada moral, a desintegração da fibra moral da sociedade e dos indivíduos e, conseqüentemente, a corrupção da pessoa humana em seu ser essencial.
Esse processo de aviltamento moral e espiritual acontece de forma sutil, quase sempre sem que a pessoa disso tome consciência. Por isso que, muitas vezes, o indivíduo pode chegar a ufanar-se de suas maldades vergonhosas e até ter como motivo de glória uma condição da qual deveria, pelo contrário, envergonhar-se.
Quantas vezes você já não presenciou, através dos canais de televisão ou de um programa de rádio, indivíduos que cometeram os crimes mais nefandos, que praticaram as coisas mais absurdas, fazerem referência aos seus atos, claramente clamorosos, com a maior frieza e sem a mais mínima sensação de culpa?
Paulo nos diz que Deus, em virtude da maldade humana, chegou a entregar o ser humano às suas próprias maldades, isto é, deixou-o seguir livremente o seu caminho, sofrendo as conseqüências dos seus desvarios.
Como bem dizia o comentarista bíblico Robertson: “Essa gente já abandonara voluntariamente a Deus, o qual meramente a abandonou às suas tendências de autodestruição, que é a parte do preço da libertação moral do homem"(sic).
Helci Rodrigues Pereira é Pastor, Advogado, Professor,Escritor e também autor dos livros "Pastorais", "O Ser Humano - Reflexões" e "Expressões do Recôndito".